sábado, 28 de janeiro de 2012

Sem Voz

Sem voz, sob a influência do atroz
Transpassando a multidão
Cerceado pela incomunicação
Sem voz, mas com pensamento veloz

Convencidos me convencem
Na surdez do mar revolto
Não dizem o que sentem
Sem voz, nem respondo

Com todas as injustiças
Sem voz e sem notícias
O mudo não falava
Por não ter o que dizer

Sem voz, sem união
Sem troca de informação
Sem voz, na solidão
De toda uma geração

A nação separada do Estado
O público sendo o privado
O de todos agora é de poucos
E os poucos são culpados

Pela morte do inocente
O punhal ensanguentado
O gatilho foi disparado
O regime está contente

Mas o levante altera a fronte
Do povo sem cordas vocais
Que agora grita de longe
"Isso não é suficiente, queremos mais"

Poesia crítica à censura e ditaduras